terça-feira, 22 de março de 2011

O IMPERIALISTA CHEROKEE, NA TERRA DOS TUPINIQUINS


Na semana que passou, conforme amplamente noticiado pelas empresas de comunicação do mundo inteiro, o presidente dos Estados Unidos da América, visitou oficialmente o Brasil; tudo bem!
Seria mais uma visita de um estadista do Tio Sam, não tivesse essa uma grande diferença: é a visita histórica do primeiro mandatário de descendência afro-americana.
Simpático, sorridente e muito verdadeiro em seu discurso objetivo, ele veio com o seguinte recado do congresso norte americano: Não temos nada para dar, nem para negociar; queremos o seu petróleo. Já que perdemos a organização dos jogos olímpicos, queremos “ajudar” vocês na realização desse evento, inclusive na copa do mundo, pois vocês não têm competência para isso, continuam sendo o país do futuro.
Antes que me esqueça, o déficit na balança comercial é uma pequena contribuição para nos ajudar a sair da crise.
Olhem, temos uma boa notícia para vocês! Em 2015 poderão ter linhas aéreas para todo os Estados Unidos, isso não é bom?
Com relação à uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, eu já disse que não! A minha preferência é a Índia; quem mandou vocês não terem a bomba atômica? Vou dar um conselho a vocês: antes de tudo, organizem seu exército com grande poder de fogo; aí, sim, na próxima reforma que fizermos nas Nações Unidas, pensaremos na possibilidade de um assento permanente para o Brasil. Quando voltar ao meu país, direi ao meu povo que o Brasil é uma terra linda e bonita por natureza, um povo submisso e gentil, que irá gerar muitos empregos e divisas para o povo norte-americano; seremos eternamente gratos.

Nossa submissão e respeito são tamanhas, a ponto de o garoto propaganda do Tio Sam deixar nossa presidente esperando-o por meia hora na porta do palácio, sem direito a, pelo menos, fazer um pipi básico; em seguida, nosso empresariado foi humilhado, ao ser revistado para ter acesso ao salão nobre do palácio. O mais constrangedor, é que essa revista foi feita pelos seguranças do presidente americano.
É só o que faltava!, dentro de nossa própria casa, recebermos ordens de uma visita. Ainda bem que um brasileiro daquilo roxo, o respeitável Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, preferiu se ausentar, a ter que presenciar esses absurdos; mas em contrapartida, estavam lá os quatro patetas de governos passados, aplaudindo e se curvando perante sua majestade o Sr. Obama; só faltou o prefeito e o governador do Rio de Janeiro aparecerem vestidos de torcida americana, balançando as plumas.
Num balanço geral, foi legal, o presidente americano se divertiu bastante, a sra Michelle será imitada em seus modelitos, que aos meus olhos de leigo, mais pareciam com vestidos coloridos de lojas populares do Brasil; e as filhas do casal terão muitas perguntas para responder a seus amiguinhos de colégio, tipo: Lá tem muita cobra andando na rua? As mulheres de lá realmente andam peladas pelas ruas? E os índios, são amigos ou canibais? Você visitou a floresta?
E, ao responderem a uma pergunta idiota de um professor americano, dirão que a capital do país, Buenos Aires, é realmente futurista. 
Na realidade, a falida economia norte-americana precisa dos emergentes para manter e ostentar os exageros das famílias americanas.
O Sr. Obama fez a sua parte e deu seu recado; só esperamos que a nossa presidente, e alguns brasileiros do congresso nacional comprometidos com a soberania e a independência do povo brasileiro, cumpram com seus deveres para com a nossa nação, se realmente for necessário buscar parceiros para explorar o pré sal e realizar as olimpíadas e a copa do mundo; talvez no velho mundo tenhamos parceiros mais confiáveis.
Quem sabe, na próxima visita de um presidente americano, assistamos apenas a pequenos flashes de cobertura televisiva, pois não alimentando essa economia imperialista, o futuro será mais benevolente com todos os povos do planeta.

Mauricio Lima

terça-feira, 15 de março de 2011

40 anos em 4: eu prometo.




Chega da alternância de duas famílias no poder executivo da nossa cidade. Há mais de 200 anos, a situação é a mesma: sai um, entra outro, e pouca coisa muda na vida das pessoas que residem em Barbacena. Apesar do voto consciente, daqueles que acreditam que fizeram a escolha certa; há o voto dos encabrestados, que buscam emprego na administração pública; e ovoto dos excluídos, que são facilmente manipulados pelos que fazem da política um lugar vergonhoso para um homem honrado.

A que nos propomos? A um governo de ideologia mista, parcialmente tecnocrata, substituindo sempre que possível a política pela tecnocracia; um governo dos homens, dando competência a quem tem capacidade, valorizando e apostando no caráter, na criatividade e eficiência do servidor público.
Nesse governo, a principal preocupação é a inclusão social: trazer para a nossa convivência diária, os excluídos e marginalizados pela sociedade, através de investimentos na educação e cultura, fatores básicos de uma cidadania justa e completa. Cada cidadão é patrimônio natural do meio em que habita.

Existem, hoje, três tipos de candidatos em Barbacena. Um, está preocupado em manter o nome de suas tradições em evidência e o poder, apenas pelo poder, o que menos precisamos para desenvolver nossa sociedade. O segundo, quer o poder apenas por vaidade e para complementar sua necessidade de ter passado pelo poder executivo da cidade. Do terceiro grupo fazem parte aqueles que não aceitam mais ver o poder político de Barbacena transformando-se numa dinastia feudalmente hereditária, distante de Deus, que destrói os sonhos dos que anseiam por melhores dias, principalmente para seus filhos e netos.

Há nove anos, o brasileiro deixou de considerar o homem simples como um ser incompetente para estar no poder; elegeu um operário nordestino como presidente da república e, com certeza, a grande maioria não se arrependeu.  

Também no município, base de toda a estrutura federativa, mudança semelhante pode ocorrer e um homem simples, mas com boas idéias, pode ser conduzido ao executivo, pelos donos do poder: o povo.

Caros amigos,

a legislação eleitoral me impede de divulgar, neste momento, meu projeto de governo, em que garanto ser possível fazer 40 anos em 4; mas terei como base os seguintes itens :

   Ações de Inclusão Social e de Combate à Pobreza;
   Proposta de Desenvolvimento, principalmente industrial;
   Infra-estrutura para o Desenvolvimento Descentralizado;
   Transparência na Gestão Pública, e Reforma Administrativa;
   Combate à Violência;
   Sustentabilidade Ambiental;
   Políticas Setoriais Integradas:
                   -Criação das sub-Prefeituras
                   - Implantação das audiências - públicas
    Educação: valorização dos profissionais
    Saúde 
    Saneamento Ambiental
    Esporte e Lazer
    Cultura
    Turismo 


São bem vindas as entidades de classe, sindicatos, colégios e associações de bairros, que queiram conhecer o projeto 40 anos em 4.
Estou à disposição, não só para apresentá-lo, como também para discutir e agregar novas propostas.

Maurício Lima
(imagem mtaqui.com.br) 

quarta-feira, 9 de março de 2011

Barbacena, Capital de Minas Gerais


                      
A falta de interesse e a obssessão por manter o controle político da cidade e região, em 1893 deixaram Barbacena fora da grande oportunidade de ser a capital de Minas Gerais.
A transferência da capital mineira de Vila Rica para Barbacena contou com a simpatia dos políticos da época. Mas o então presidente do estado de Minas Gerais, Crispim Jacques Bias Fortes, foi contra a proposta, nem mesmo aceitando a possibilidade de Juiz de Fora, outra cidade candidata, vir a sê-la; a escolha do Sr. Presidente foi a localidade de Curral Del Rei, hoje Belo Horizonte. A justificativa do presidente foi de que Barbacena, por sua geografia, não reunia condições para ser a capital, e que no futuro a mudança far-se-ia necessária novamente, trazendo prejuízos para o estado.
Seria esse realmente o motivo maior?
Então, por quê Juiz de Fora foi descartada?
O mais incrível é que esse pensamento seria de um governo tecnocrata; mas na história dos políticos barbacenenses, tecnocracia é a última coisa que se pode esperar. O fato é que o presidente confidenciou a políticos da época, que ele não perderia o controle da cidade e região...
Cento e dezoito anos nos separam desse momento histórico, que privou, não só Barbacena, mas toda a região, de evidenciar o progresso.
Hoje, a Zona da Mata e vertentes, juntamente com o norte de Minas Gerais, são as regiões mais pobres e carentes do estado.
Do ponto de vista técnico, futuramente talvez houvesse a necessidade de se construir uma nova capital; porém, numa visão política e social, hoje seríamos, a nível estadual, uma grande força econômica, com significativo desenvolvimento sócio-cultural; nacionalmente, seríamos o único estado da federação com duas metrópoles.
Essa herança legada aos barbacenenses, tem hoje consequências gravíssimas, pois Barbacena vem perdendo espaço, ano após ano, para várias cidades que, até há bem pouco tempo, eram consideradas pequenas e sem futuro.
O mais interessante nisso tudo, é que já tivemos, governador, ministros, senadores, deputados estaduais e federais - mas Barbacena continua na sua trajetória decadente, mendigando recursos ao governo do estado, de pires nas mãos nas escadarias do palácio, o que claramente denota incompetência administrativa e falta de programa de governo, além de politicagem e desrespeito à história e ao povo de Barbacena.
Chorar pela capital perdida não resolve nossos problemas; o que passou, passou, e a história é o juiz, pois bem poucos sabem que foi um barbacenense quem fundou, construiu e inaugurou a nova capital, em detrimento de sua própria cidade, da qual perdeu o mando político, bem como de toda a região.
A cada quatro anos a história se repete e as oportunidades são negadas ao povo barbacenense, num roteiro que, escrito capítulo a capítulo, demonstra que Barbacena perece... E os maus políticos perecem junto com ela.
A Princesinha dos Campos, hoje, não passa de uma senhora maltrapida e pedindo socorro.

Mauricio Lima

quarta-feira, 2 de março de 2011

UMA JANELA PARA O CÉU




Há exatamente sete meses, a janela mais conhecida de Barbacena fechava- se para o mundo e abria- se para o céu.
Descendo ou subindo a rua Quinze de Novembro, era normal ver debruçado sobre o peitoral da primeira janela do casarão, o amigo, médico, e empresário barbacenense, Dr. Fortini, como era carinhosamente chamado por todos.
Sempre alegre e solícito, em suas horas de folga acompanhava o movimento do calçadão da Rua Quinze, e poucos eram aqueles que não paravam para conversar com o ilustre barbacenense, que dispensava igual e gentil tratamento a todos. Com o seu passo manso e palavras lentas e bem colocadas por sua voz rouca, Dr. Fortini era um ser humano admirável e deixou saudades. O centro da cidade já não é mais a mesma coisa sem a janela do número 67, aberta durante todo dia.
Empresário de visão. movimentava as viagens de turismo da sociedade barbacenense, através da Grogotur.  Apaixonado por sua terra, acompanhava com preocupação a falta de investimento e desenvolvimento em nossa cidade e o descaso político de alguns mandatários que passaram pelo executivo.
Dr. Oswaldo Fortini Filho, era filho do ilustre médico Dr. Oswaldo Fortini e de Dona Helena Luiza Tamm; casado com a srª Maria Loreto Fortini , a quem chamava carinhosamente de Loretinha. Quem não o conhecia e via o casal passeando no calçadão, achava que eram recém-casados, tamanha a dedicação de um pelo outro. Posso me considerar um privilegiado por tê-lo conhecido e ter parado várias vezes naquela janela folclórica.
Hoje, aquela janela já não se abre mais , e seu principal personagem foi para o céu, levando consigo a magia do conquistador de amizades.

 Mauricio Lima
(em foto de Mundo Mix, Dr. Fortini e Da. Loretinha, em carinhoso abraço, ladeiam a amiga Sra. Suria Bittar de Castro)