Na semana que passou, conforme amplamente noticiado pelas empresas de comunicação do mundo inteiro, o presidente dos Estados Unidos da América, visitou oficialmente o Brasil; tudo bem!
Seria mais uma visita de um estadista do Tio Sam, não tivesse essa uma grande diferença: é a visita histórica do primeiro mandatário de descendência afro-americana.
Simpático, sorridente e muito verdadeiro em seu discurso objetivo, ele veio com o seguinte recado do congresso norte americano: Não temos nada para dar, nem para negociar; queremos o seu petróleo. Já que perdemos a organização dos jogos olímpicos, queremos “ajudar” vocês na realização desse evento, inclusive na copa do mundo, pois vocês não têm competência para isso, continuam sendo o país do futuro.
Antes que me esqueça, o déficit na balança comercial é uma pequena contribuição para nos ajudar a sair da crise.
Olhem, temos uma boa notícia para vocês! Em 2015 poderão ter linhas aéreas para todo os Estados Unidos, isso não é bom?
Com relação à uma cadeira no Conselho de Segurança da ONU, eu já disse que não! A minha preferência é a Índia; quem mandou vocês não terem a bomba atômica? Vou dar um conselho a vocês: antes de tudo, organizem seu exército com grande poder de fogo; aí, sim, na próxima reforma que fizermos nas Nações Unidas, pensaremos na possibilidade de um assento permanente para o Brasil. Quando voltar ao meu país, direi ao meu povo que o Brasil é uma terra linda e bonita por natureza, um povo submisso e gentil, que irá gerar muitos empregos e divisas para o povo norte-americano; seremos eternamente gratos.
Nossa submissão e respeito são tamanhas, a ponto de o garoto propaganda do Tio Sam deixar nossa presidente esperando-o por meia hora na porta do palácio, sem direito a, pelo menos, fazer um pipi básico; em seguida, nosso empresariado foi humilhado, ao ser revistado para ter acesso ao salão nobre do palácio. O mais constrangedor, é que essa revista foi feita pelos seguranças do presidente americano.
É só o que faltava!, dentro de nossa própria casa, recebermos ordens de uma visita. Ainda bem que um brasileiro daquilo roxo, o respeitável Sr. Luiz Inácio Lula da Silva, preferiu se ausentar, a ter que presenciar esses absurdos; mas em contrapartida, estavam lá os quatro patetas de governos passados, aplaudindo e se curvando perante sua majestade o Sr. Obama; só faltou o prefeito e o governador do Rio de Janeiro aparecerem vestidos de torcida americana, balançando as plumas.
Num balanço geral, foi legal, o presidente americano se divertiu bastante, a sra Michelle será imitada em seus modelitos, que aos meus olhos de leigo, mais pareciam com vestidos coloridos de lojas populares do Brasil; e as filhas do casal terão muitas perguntas para responder a seus amiguinhos de colégio, tipo: Lá tem muita cobra andando na rua? As mulheres de lá realmente andam peladas pelas ruas? E os índios, são amigos ou canibais? Você visitou a floresta?
E, ao responderem a uma pergunta idiota de um professor americano, dirão que a capital do país, Buenos Aires, é realmente futurista.
Na realidade, a falida economia norte-americana precisa dos emergentes para manter e ostentar os exageros das famílias americanas.
O Sr. Obama fez a sua parte e deu seu recado; só esperamos que a nossa presidente, e alguns brasileiros do congresso nacional comprometidos com a soberania e a independência do povo brasileiro, cumpram com seus deveres para com a nossa nação, se realmente for necessário buscar parceiros para explorar o pré sal e realizar as olimpíadas e a copa do mundo; talvez no velho mundo tenhamos parceiros mais confiáveis.
Quem sabe, na próxima visita de um presidente americano, assistamos apenas a pequenos flashes de cobertura televisiva, pois não alimentando essa economia imperialista, o futuro será mais benevolente com todos os povos do planeta.
Mauricio Lima