A falta de interesse e a obssessão por manter o controle político da cidade e região, em 1893 deixaram Barbacena fora da grande oportunidade de ser a capital de Minas Gerais.
A transferência da capital mineira de Vila Rica para Barbacena contou com a simpatia dos políticos da época. Mas o então presidente do estado de Minas Gerais, Crispim Jacques Bias Fortes, foi contra a proposta, nem mesmo aceitando a possibilidade de Juiz de Fora, outra cidade candidata, vir a sê-la; a escolha do Sr. Presidente foi a localidade de Curral Del Rei, hoje Belo Horizonte. A justificativa do presidente foi de que Barbacena, por sua geografia, não reunia condições para ser a capital, e que no futuro a mudança far-se-ia necessária novamente, trazendo prejuízos para o estado.
Seria esse realmente o motivo maior?
Então, por quê Juiz de Fora foi descartada?
O mais incrível é que esse pensamento seria de um governo tecnocrata; mas na história dos políticos barbacenenses, tecnocracia é a última coisa que se pode esperar. O fato é que o presidente confidenciou a políticos da época, que ele não perderia o controle da cidade e região...
Cento e dezoito anos nos separam desse momento histórico, que privou, não só Barbacena, mas toda a região, de evidenciar o progresso.
Hoje, a Zona da Mata e vertentes, juntamente com o norte de Minas Gerais, são as regiões mais pobres e carentes do estado.
Do ponto de vista técnico, futuramente talvez houvesse a necessidade de se construir uma nova capital; porém, numa visão política e social, hoje seríamos, a nível estadual, uma grande força econômica, com significativo desenvolvimento sócio-cultural; nacionalmente, seríamos o único estado da federação com duas metrópoles.
Essa herança legada aos barbacenenses, tem hoje consequências gravíssimas, pois Barbacena vem perdendo espaço, ano após ano, para várias cidades que, até há bem pouco tempo, eram consideradas pequenas e sem futuro.
O mais interessante nisso tudo, é que já tivemos, governador, ministros, senadores, deputados estaduais e federais - mas Barbacena continua na sua trajetória decadente, mendigando recursos ao governo do estado, de pires nas mãos nas escadarias do palácio, o que claramente denota incompetência administrativa e falta de programa de governo, além de politicagem e desrespeito à história e ao povo de Barbacena.
Chorar pela capital perdida não resolve nossos problemas; o que passou, passou, e a história é o juiz, pois bem poucos sabem que foi um barbacenense quem fundou, construiu e inaugurou a nova capital, em detrimento de sua própria cidade, da qual perdeu o mando político, bem como de toda a região.
A cada quatro anos a história se repete e as oportunidades são negadas ao povo barbacenense, num roteiro que, escrito capítulo a capítulo, demonstra que Barbacena perece... E os maus políticos perecem junto com ela.
A Princesinha dos Campos, hoje, não passa de uma senhora maltrapida e pedindo socorro.
Mauricio Lima
(foto de http://www.arturpearljam.blogspot.com/)
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