sábado, 7 de janeiro de 2012

De frente para o luxo e de costas para o Brasil...


A todos os meus leitores, apresento a bela e majestosa Cidade Administrativa, construída pelo ex-governador Aécio Neves para ser a sede do governo do estado de Minas Gerais.

Quem passa pela rodovia se encanta com as linhas futurísticas e impressionantes do projeto original do arquiteto mineiro Oscar Niemayer. Esta obra foi muito questionada pelo candidato ao governo do estado da última eleição, o ex-ministro Hélio Costa, para quem a obra, muito embora belíssima, era um desperdício e uma afronta à pobreza em que vivem muitos mineiros, e o dinheiro que nela foi gasto poderia ser revertido no combate à miséria e à falta de moradia decente, algo com enorme déficit em nosso estado.

Eu diria que estar na Cidade Administrativa, é estar de frente para o luxo e a ostentação e de costas para os problemas crônicos existentes no estado de Minas Gerais.
Da sala do Senhor Governador é possível enxergar a miséria e o abandono da Vila da Fé, que durante este período chuvoso passou por momentos de muitas dificuldades e tristezas; famílias inteiras entregues à própria sorte e ao abandono, num triste contraste entre o luxo administrativo e o lixo da vila em questão.
O programa Balanço Geral, de sexta feira passada, da TV Record Minas, apresentado por Mauro Tramonte, dedicou grande parte do seu horário para exibir o que aconteceu naquela que, por ironia do destino, tem o nome de “Vila da Fé”.
No semblante triste do apresentador, podíamos ver os olhos lacrimejando, e sentir sua voz embargada ao ver o choro da menina de aproximadamente 10 anos, uma das vítimas do descaso dos políticos e da incompetência dos homens públicos que governam Minas Gerais.

As chuvas de janeiro estão fazendo vítimas em todo o estado, já são 103 cidades em situação de calamidade pública. Sabemos que contra a força da natureza pouco pode ser feito, mas sempre existe alguma coisa a se fazer para minimizar seus efeitos catastróficos.
É claro que é uma tarefa conjunta, o povo precisa se auto-educar e entender que não se pode destruir o meio em que se vive, poluindo o ambiente que o cerca. Sem esquecer que cabe ao povo saber escolher melhor seus governantes; chega de se vender por uma cesta básica, que não dura mais de quinze dias. Quem vende seu voto não tem o direito de reclamar.

Também esperamos mais do nosso judiciário, que precisa deixar de lado suas preferências e predileções partidárias e julgar com mais rigor aqueles que cometem crime eleitoral; bem como há que haver mais responsabilidade do legislativo, homens eleitos para fazerem leis que propiciem à população melhor qualidade de vida.
Tudo começa nas câmaras legislativas, não podemos aceitar mais que candidatos a prefeito e vereadores, que sequer sabem assinar o próprio nome, possam ocupar cargos de tamanha relevância; como tais homens poderão criar leis, planejar e executar as coisas mais básicas que a nossa população necessita?
Existem prefeitos que desconhecem o significado da palavra desassoreamento, ou construção de diques, barragem de contenção; como podem executar obras de prevenção, sem saber o que é isto?

Vivemos um momento muito importante na história deste país e se nos calarmos diante daqueles a quem legamos o poder, o Brasil será o mesmo do século passado... E por muitos séculos, ainda.

As eleições de outubro de 2012 estão aí, vamos refletir melhor sobre a quem confiamos nosso voto.
Façamos a diferença, para que possamos mostrar aos nossos políticos que o ser humano tem que valer muito mais que uma Cidade Administrativa.

Chega de ficar de frente para o luxo e de costas para o Brasil!


Mauricio Lima

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